quinta-feira, 21 de abril de 2011

OS PETIZES A

PETIZES A A
PETIZES A B

Desde o momento que se iniciam na prática do Futebol, até atingirem um nível de alto rendimento, os jovens devem (ou deveriam) passar por um processo de formação coerente em que haja uma progressão da aprendizagem distribuída por diferentes etapas, com objectivos, estratégias e conteúdos, adequados às suas diferentes fases de desenvolvimento.
Se pretendermos elevar o nível qualitativo dos nossos futebolistas, não podemos continuar a trabalhar ao acaso, assistindo à implementação dos mesmos conteúdos e dos mesmos métodos de treino quer se trate de atletas dos escalões de Infantis, Juvenis ou de Seniores.
O Futebol é um jogo que apresenta uma estrutura e um conjunto de situações demasiado complexas para os atletas mais jovens, nas suas primeiras fases de aprendizagem do jogo. Isto porque, como refere Garganta (2000), o jogador tem que, a um tempo, relacionar-se com a bola, e referenciar a sua situação no terreno de jogo, a posição dos colegas, dos adversários e das balizas.

Torna-se então fundamental criar no Futebol situações simples, que vão ao encontro das motivações dos praticantes, proporcionando-lhes formas simples, adaptadas às suas características e ao seu nível de desenvolvimento e que sejam facilitadoras de uma melhor aprendizagem do Futebol.


O TREINO DA TÉCNICA

A técnica desportiva é definida como o domínio completo das estruturas motoras económicas de exercícios desportivos, considerando o resultado máximo a ser atingido nas mais difíceis condições da competição.
Uma técnica defeituosa impedirá que o atleta coloque suas potencialidades físicas (força, flexibilidade, resistência, etc.) crescentes a serviço de uma "performance"específica superior.
A técnica não tem a mesma importância em todos os desportos. Portanto, o aperfeiçoamento técnico deve receber em cada modalidade uma aplicação diferente. O caminho para a perfeição técnica no desporto é definido em primeiro lugar pelo nível inicial da técnica e pelas experiências motoras adquiridas. Os desportistas com melhor treino em coordenação aprendem mais depressa a execução tecnicamente correcta do que outros que possuem um repertório de movimentos menor e uma base coordenativa restrita. Portanto, é muito importante o trabalho precoce no sentido de ampliar o repertório de movimentos e aperfeiçoar as técnicas básicas de execução dos mesmos.

Para explicar o processo da aprendizagem, há que se entender as bases psicológicas e neurofisiológicas da aprendizagem de movimentos. Só assim, poderemos entender como o atleta passa do estado de não saber ao estado de realização de certo movimento.
Para que um acto motor seja aprendido por um indivíduo, ocorre a divisão desse processo em três fases:

- Fase pré- motora: preparação do acto por estabelecimento de um programa motor (visualização do acto).
- Fase motora: realização de programas motores. Aqui o atleta vivência e experimenta o que antes só havia na sua mente.
- Fase pós-motora: apreciação do movimento; o atleta julga se o que fez pareceu ou não com aquilo que lhe foi ensinado. Caso encontre falhas no seu movimento, poderá então estabelecer um novo processo motor.

O Professor/Treinador poderá corrigir o gesto motor do atleta durante ou após a execução do movimento.
Há que se repetir o gesto motor desejado constantemente, pois a aprendizagem motora ou a técnica nada mais é do que o condicionamento das ligações sinápticas que induzem os sistemas neuronais a uma nova textura, específica para aquele movimento.
O elogio e a censura, o stress de aprendizagem e a atenção aparecem como reforçadores tanto positivos como negativos da aprendizagem motora, portanto técnica; daí a sua importância. Esses elementos influenciam, pela estimulação ou inibição, o desenvolvimento dos processos de síntese feito pelo sistema nervoso do atleta. Portanto, o elogio e a censura devem ser factores de grande preocupação por parte dos treinadores uma vez que usando-os, de uma ou outra forma, ocorrerão modificações nas fórmulas bioquímicas do organismo do atleta, fazendo com que ele assuma determinado tipo de comportamento.
O Treinador deve, logo no início do trabalho com aquele atleta, instrui-lo a executar a técnica do movimento mais eficaz e económica na realização daquela tarefa, para, mais tarde, permitir os ajustes pessoais de estilo de cada atleta. Nesse ponto, o Treinador passa a corrigir o atleta baseando-se na sua técnica individual.
Para que sejam possíveis correcções motoras precisas, deve-se utilizar mecanismos de controlo como filmes, fotos e vídeos.
O processo de aprendizagem técnica deve prosseguir sem muitas pausas prolongadas entre as unidades de treino, senão a eficácia do treino poderá diminuir. O treino técnico deve ser feito em estado repousado; a quantidade das repetições de exercício deve adaptar-se às bases condicionais e à capacidade de concentração; um sistema nervoso central cansado não permite uma concentração ideal.

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