quinta-feira, 21 de abril de 2011

crescer como atleta

ocupar o espaço
olhar na bola e tentar recuperar a bola

Futebol de 7 - Sistema Táctico: 2-3-1

Funcionamento:
Este sistema teve a sua origem no 1-3-2-1, ao adiantar um dos defesas para a linha de meio campo. Tem também grandes afinidades com o futebol 11, especialmente em equipas de características mais ofensivas, ou perante equipas contrárias muito inferiores. Este sistema é uma boa aproximação para o 1-4-2-3-1 do futebol 11. Existe então, 1 guarda-redes, 2 defesas, 3 médios e 1 avançado. Os defesas são dois centrais, com muitas capacidades para as coberturas, muito rápidos, com qualidades técnicas para iniciar o jogo de ataque, fortes no jogo aéreo e eficazes nos desarmes. Os dois médios alas devem ser rápidos, com capacidades técnica e com facilidades de chegar à área contrária. O médio centro deverá ter todas as qualidades de um bom organizador de jogo e bom posicionamento táctico. o avançado deverá ser muito veloz, com capacidade de desmarcação, com qualidades para segurar a bola e possibilidade de fazer também trabalho defensivo.


Vantagens:
Grande semelhança ofensiva ao funcionamento do futebol 11, permitindo manter a posse de bola e fazer a progressão até à baliza contrária.
Maior agressividade defensiva pois permite pressionar com 4 jogadores o início do ataque da equipa contrária.
Maiores possibilidades de conseguir golo ao recuperar um grande número de bolas no campo contrário.


Desvantagens:
Demasiado espaço livre entre os defesas e o guarda-redes.
Exige um nível elevado de concentração pois necessita de uma grande intensidade de jogo. Um erro na pressão pode proporcionar facilmente um contra-ataque da equipa contrária com muitas possibilidades de golo, devido ao adiantamento das linhas de jogo ao tentar recuperar a bola.


Aspectos Familiares e Filosóficos:

Cada vez mais, a competição é algo inerente ao desporto de alto rendimento. E isso não se limita aos profissionais, que têm o quotidiano regrado a partir da actividade física. Para os jovens (sobretudo os que vêem o desporto como hipótese de mudar de vida), trabalho árduo e vitórias são coisas fundamentais para o crescimento.

Contudo, essas não devem ser as únicas directrizes de um treinador. O trabalho ideal deve-se preocupar com a inserção dos atletas no mundo em que vivem e com a transmissão de aprendizados que não se limitem às doutrinas do desporto.

“O fenómeno social do desporto, para ser transformado numa actividade de interesse real a todos os participantes, deve ser compreendido numa visão polissémica, com a visualização de componentes sociais que influenciam as acções sociais e culturais no âmbito desportivo e questionar o verdadeiro sentido do desporto a partir de uma visão crítica”, explicou Kunz.

A transmissão de uma visão crítica depende do carácter pedagógico incutido no trabalho do treinador, sobretudo nas categorias de base. Para que essa prática seja eficiente, é importante que o desporto seja visto como um modelo de evolução e não apenas como meio de fortalecer o nome do clube com vitórias e títulos.
“Teremos sempre como objectivo principal o ensino do futebol voltado à questão do esclarecimento aos que neles se inserem, procurando desta forma contribuir para a ampliação da percepção e entendimento deste campo social”, completou Kunz.

Existem três pontos fundamentais para fomentar a compreensão de mundo para os jovens atletas. É fundamental que os técnicos dêem atenção à interpretação que os atletas fazem do mundo em que vivem, a percepção da representatividade social do jogador e a compreensão acerca do futebol como fenómeno social.

Isso não significa a negação do futebol como um desporto de competição, mas a compreensão de que essa prática faz parte da cultura social do país e que, como qualquer outra manifestação cultural, precisa ser compreendido num universo cheio de particularidades.

Algumas crianças vivem o futebol como uma ilusão de mudança no seu quotidiano e como a oportunidade única de mudarem a dura rotina de suas vidas. Portanto, cabe ao treinador não se colocar como uma figura arbitrária e não abusar do excesso de vontade dos jovens. Em vez disso, ele deve usar essa disposição para ensiná-los e transmitir conhecimentos que não se limitem ao campo.

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